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Especial conflito esquecido – Guerra na Ucrânia

O episódio especial de hoje lança o olhar para um conflito que entra em mais um inverno e deve durar ainda semanas ou meses

Danilo Rocha Lima e Diogo Oliveira, do Volta ao Mundo em 180"
#INTERNACIONAL15 de nov. de 234 min de leitura
Danilo Rocha Lima e Diogo Oliveira, do Volta ao Mundo em 180"15 de nov. de 234 min de leitura

Hoje, vamos falar da guerra na Ucrânia e trazer os últimos anúncios sobre um conflito que anda meio esquecido, já que tem tanta coisa acontecendo no mundo.

Pois bem, lá se vão 630 dias desde a invasão da Rússia ao território ucraniano em fevereiro de 2022. Eu convido você a voltar ao dia 4 de junho deste ano, quando a tão anunciada contraofensiva ucraniana foi lançada contra as tropas russas. O fato é que, cinco meses depois, o contra-ataque ucraniano falhou.

A linha de combate não mudou praticamente e ela se estende por mil quilômetros desde o Leste, na região do Donbass, até o Sul da Ucrânia. O chefe do Estado Maior ucraniano, Valeri Zaloujny, declarou no início do mês que o conflito entrou num impasse. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky não gostou nada da afirmação e logo se apressou para desmentir o subordinado.

Edifício residencial na cidade de Avdiivka (região de Donetsk, na Ucrânia) após ataques russos. Foto: Polícia da Ucrânia
Edifício residencial na cidade de Avdiivka (região de Donetsk, na Ucrânia) após ataques russos. Foto: Polícia da Ucrânia

Segundo especialistas militares, a guerra entre Ucrânia e Rússia entrou sim, num status quo que deve durar semanas ou meses. Para se ter uma ideia do fracasso, o Exército da Ucrânia progrediu em média 90 metros por dia, desde o mês de junho. Os russos ainda ocupam 17% do território da Ucrânia e Kiev reconquistou somente 400 quilômetros quadrados do seu território. E, apesar da ajuda ocidental, os ucranianos não avançam mais e correm o risco de receberem menos apoio a partir de agora, em meio às atenções do mundo voltadas para a guerra no Oriente Médio.

Soldados ucranianos dirigem um veículo de combate de infantaria BMP na cidade de Kostiantynivka, região de Donetsk, em 17 de junho de 2023. Foto: Anatolii STEPANOV / AFP
Soldados ucranianos dirigem um veículo de combate de infantaria BMP na cidade de Kostiantynivka, região de Donetsk, em 17 de junho de 2023. Foto: Anatolii STEPANOV / AFP

Por exemplo, a União Europeia anunciou ontem que não vai poder cumprir o prometido de enviar um milhão de munições de artilharia até o primeiro semestre do ano que vem. O grupo dos países europeus precisa destinar 40% da sua produção de artilharia para outros 30 países. Enquanto isso, mais de 150 bilhões de reais em ajuda militar europeia foi enviada para a Ucrânia. Os Estados Unidos financiaram sozinhos outros 550 bilhões de reais. Mesmo assim, os montantes não parecem suficientes e a Alemanha, por exemplo, já anunciou dobrar sua ajuda em 2024, para chegar a 40 bilhões de reais. Do outro lado, a Coreia do Norte agora é apontada como fornecedora de mais de mil contêineres de armas e munições para a Rússia.

Por que a guerra não vai avançar?

Os russos construíram uma linha de defesa impressionante com trincheiras e minas. Além disso, o inverno na Europa chegou e agora os ucranianos já esperam que os russos aumentem seus bombardeios na infraestrutura energética do país, para fazer com que a população sofra mais um segundo inverno no escuro e no frio.

Caça F-16 fornecido ao exército ucraniano. Foto: John THYS / AFP
Caça F-16 fornecido ao exército ucraniano. Foto: John THYS / AFP

Mas, nas frentes de combate, a previsão é que não haja muito movimento, apesar dos novos sistemas de defesa fornecidos pelos aliados da Ucrânia, como os caças F16. Os ucranianos precisam repor seus estoques, alimentar seus soldados e protegê-los do frio. Por isso, quanto mais o tempo passa, mais as frentes de defesa dos dois lados se reforçam e a guerra se eterniza literalmente.

Nesse ritmo, a Rússia pode continuar atirando 10 mil morteiros por dia sobre a Ucrânia, durante um ano, sem precisar repor estoque. Já os ucranianos temem ficar sem munição no ano que vem. O ano de 2024 pode ser crucial.

A solução para o impasse pode estar no campo estratégico ou numa decisão política, já que nas frentes de batalha, apenas o esgotamento físico e moral de um dos lados pode levar a uma mudança. Mas, apesar dos mais de 500 mil mortos e feridos, nem Vladimir Putin, nem Volodymyr Zelensky parecem querer negociar uma saída.

Estamos no seu tocador de podcast favorito. Imagem: Headline
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